domingo, 25 de julho de 2010

VA PENSIERO

Visitando recentemente a Província Autonôma de Trento pude perceber o sofrimento porque que o povo passou durante o tempo em que esteve sob o domínio do Império Austro-Húngaro,tempo em que houve a imigração em massa para vários países, inclusive o Brasil. Isso aconteceu no século 19.
Nabucco, uma das primeiras óperas de Verdi, (3ª) estreou em 1842 no La Scala de Milão. A história fala sobre judeus escravizados na Babilónia e era particularmente significativo para o povo italiano.
Vendo tudo o que vi, os relatos, os museus, as histórias, os depomentos, tenho certeza de que essa ópera é uma metáfora: não são os judeus escravizados, mas sim o povo italiano do Trentino, subjugado pelos estrangeiros e submetidos às suas regras, às suas leis, ao seu modo de ser.
Naquela época, a Itália não era a nação soberana que é hoje, era dividida em cidades-estados que eram controladas por forças estrangeiras.
Os austríacos controlavam o norte da Itália, os Bourbons governavam em Nápoles e o Papa detinha o poder em Roma e nos Estados Papais. O sentimento patriótico era grande e o movimento Risorgimento adotou Verdi como defensor (risorgimento significa, literalmente, ressurgimento, renascimento).
No famoso coro "Va, pensiero", os escravos hebreus refletem com pesar sobre sua amada terra natal; era a expressão perfeita de nacionalismo e ainda é tocado em ocasiões nacionais até hoje.

Va Pensiero
Va', pensiero, sull'ali dorate.
Va', ti posa sui clivi, sui coll,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sionne le torri atterrate.
O mia Patria, sì bella e perduta!
O membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie del petto riaccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simile di Solima ai fati,
traggi un suono di crudo lamento;
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù
che ne infonda al patire virtù
al patire virtù!

Da ópera nabucco de verdi
Vá, pensamento, sobre as asas douradas
Vá, e pousa sobre as encostas e as colinas
Onde os ares são tépidos e macios
Com a doce fragrância do solo natal!
Saúda as margens do jordão
E as torres abatidas do sião.
Oh, minha pátria tão bela e perdida!
Oh lembrança tão cara e fatal!
Harpa dourada de desígnios fatídicos,
Porque você chora a ausência da terra querida?
Reacende a memória no nosso peito,
Fale-nos do tempo que passou!
Lembra-nos o destino de jerusalém.
Traga-nos um ar de lamentação triste,
Ou o que o senhor te inspire harmonias
Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.

O vídeo que se encontra neste link
http://www.youtube.com/watch_popup?v=4BZSqtqr8Qk
é simplesmente fantástico. Não deixem de ver.

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