sábado, 22 de maio de 2010

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO



A Secretaria de Cultura e Turismo de Jaú realizou a Primeira Semana da Preservação do Patrimônio. Foram quatro dias de reuniões, com palestras e debates que reuniram, além de poucos interessados, especialistas no assunto.
O Comércio do Jahu trouxe uma reportagem sobre isso, feita pela jornalista Priscila Donatto, que acompanhou todos os trabalhos.
Uma atitude louvável da Secretaria, que se mostra preocupada com a preservação do patrimônio arquitetônico da cidade, que é rico, e muitos prédios estão com suas fachadas praticamente escondidas por enormes painéis de propaganda, que além de não deixarem à vista as características arquitetônicas do imóvel, ainda poluem visualmente a cidade.


O Projeto Cidade Limpa, dos moldes do que foi instituído na capital paulista em 2007, está inserido na revisão do Plano Diretor de Jaú, que deve ficar pronto até o fim do ano. A iniciativa visa a retirar toda poluição visual da cidade e faz parte do projeto de revitalização do Centro de Jaú, que também contempla a preservação do patrimônio histórico. Isso significaria o fim das faixas – utilizadas pela própria Prefeitura -, das placas em postes e calçadas, da lataria que avança no passeio público e de outros meios publicitários que tornam caótica a paisagem da área central de Jaú.
Essa questão foi tratada ontem na Câmara, no último dia de debates da 1ª Semana de Patrimônio Histórico de Jaú, promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo. As arquitetas Antônia Regina Corrêa Luz e Izildinha Marques de Araújo, da Comissão de Paisagem Urbana da prefeitura de São Paulo, falaram da experiência da capital e mostraram que o Cidade Limpa deve ser aliado a um projeto de preservação do patrimônio histórico.
“O anúncio não pode ser mais importante que a arquitetura do prédio”, diz Antônia. Ela completa: “Não é o tamanho do anúncio que deve chamar a atenção, mas a mensagem. Quando isso é uniformizado, não existe uma disputa e você consegue enxergar todos da mesma forma”.

Bons exemplos
Izildinha comenta que ao chegar a Jaú, viu na Rua Major Prado um prédio art déco coberto por lataria, o que em sua opinião perde a identidade do imóvel, além de esconder a falta de cuidado do proprietário, que muitaz vezes não dá a manutenção necessária à fachada. “Não vejo o que pode ter de bom nisso.”
Os secretários de Cultura e Turismo e de Planejamento e Obras, André Galvão e Francisco Marcolan, são partidários da revitalização no Centro. “O Cidade Limpa é nosso maior desejo”, diz Marcolan.


( Loja Carlos Brussman, na rua Amaral Gurgel )

As arquitetas não acreditam que a aplicação da lei Cidade Limpa seja muito difícil em Jaú, muito menor e menos problemática que São Paulo. É o que também pensa o arquiteto do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Jaú, Ricardo Dal’ Bó. Ele cita bons exemplos na cidade, como as Lojas Silva, que funciona no piso térreo do Jahu Clube do Centro, e os estabelecimentos da Rua Amaral Gurgel, em especial do quarteirão entre as Ruas Edgard Ferraz e Major Prado, onde os comerciantes espontaneamente aboliram a poluição visual. Dal’ Bó ainda conta que orienta quem vai reformar algum prédio no centro histórico, mas nem todos acatam as sugestões por não ser obrigatório.

( Clínica Drs. Tadeu Tamanini e Mirce M M Tamanini)

Em eventual aplicação do Cidade Limpa em Jaú, as arquitetas da capital sugerem que a Prefeitura dê treinamentos aos fiscais, aplique multas – grande aliada na aplicação da lei - e que não compliquem a legislação. “Em São Paulo, como a lei é muito simples, a própria população fiscaliza e denuncia. Inclusive recebemos denúncias pelo site da prefeitura”, comenta Antônia. Ela também salienta a importância do envolvimento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP): “Fizemos inúmeras reuniões”.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Jaú, José Roberto Pena, se posiciona favorável ao projeto, desde que seja adequado à realidade local e haja discussão com os setores envolvidos. “Em São Paulo foi muito radical, proibiram os outdoors e houve pouco tempo para adequação.”
Para Pena, “o Centro merece uma revitalização porque está feio sim”. Ele acredita que é possível fazer melhorias não só nas fachadas, mas regulando som, panfletagem e lojas que jogam papel nas ruas. “Não dá mais para admitir esse tipo de atitude”, comenta.


Imagens do meu acervo particular.

3 comentários:

  1. Waldete, parabéns pelo conteúdo. Quiçá nossa cidade (Araguari-MG) também assuma tão importante tarefa, de preservar o patrimônio.

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  2. Waldete seu blog tá com link no site www.cultura.com.br. Bela matéria, ab, André Galvão

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  3. Essa foto da matriz atrás dos girassóis é uma das mais lindas que já vi... e aquele fundo sem nada construído,da pra se ter uma idéia de como deveria ser Jaú no passado. Parabéns Waldete

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