terça-feira, 13 de abril de 2010

A morada da felicidade




A praia é a morada da felicidade e da democracia. Cada um vai como quer, quando quer e fica quanto tempo desejar, fazendo aquilo que mais gosta. É na praia que muitos realizam desejos escondidos, guardado a sete chaves no fundo da alma. A gordinha desfila feliz com seu biquine, sem se importar com o que as amigas diriam se a vissem assim; o solteirão pega a prancha recém adquirida e qual um menino vai de encontro às ondas para que quando vier uma bem grande, se deitar sobre seu sonho e vir dar na areia, empurrado pela água; o casal de aposentados toma sol com os olhos fechados e de mãos dadas, aproveitando o primeiro dia em que definitivamente se mudaram para a praia, um desejo que acalentaram durante toda a vida; o jovem constrói um castelo, guardando apenas para si esse momento mágico, pois se os amigos souberem, será motivo de chacota; o velho tira a camiseta, expondo ao sol sua tatuagem de hena, que seria quase um motivo de sua interdição por parte dos filhos; a mulher se delicia com cada gole da caipirinha, livrando-se da tirania do regime; o homem dorme ao sol, esquecendo-se de todos os problemas que deixou além da porta do seu escritório. Na praia todo mundo é livre e o simples voar de uma gaivota traz a cada um a felicidade de ser, naquele momento e naquele lugar, livre para voar.

Fotos Walcestari - Guarujá, 13/4/10

Um comentário:

  1. Adorei a crônica... fiquei pensando onde me encaixaria? mas pra que "en-caixa-r"?!
    Lugar de ser livre...voar...
    bjs
    Heloísa

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